Santa Casa de Angra dos Reis fecha emergência para planos
quinta-feira, 2 de maio de 2013A Santa Casa de Angra dos Reis, no Sul do Estado do RJ, suspendeu na terça-feira (30) o atendimento de emergência aos clientes de planos de saúde. O motivo alegado no comunicado da Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, interventora da unidade, é a falta de recursos para atender a demanda da cidade.
A representante do governo municipal na instituição médica, Maricelma Datore, disse que a remuneração repassada pelos planos não é suficiente para manter o atendimento, o que gera prejuízos. “A Santa Casa gasta quase R$ 1,5 milhão por ano, sem contar as despesas estruturais, como energia elétrica e materiais. Deste valor, R$ 800 mil são destinados somente à emergência”, explicou.
Maricelma informou que os outros serviços, como exames e internações, continuam funcionando para clientes de planos médicos. Ela disse ainda que a decisão foi tomada após a administração calcular os gastos da unidade. “As operadoras foram chamadas para negociar o valor, mas não concordaram com o reajuste proposto pela direção”, afirmou Maricelma.
A interventora da Santa Casa informou que os planos de saúde na cidade de Angra dos Reis foram notificados sobre a decisão no dia 1º de março de 2013 e não se manifestaram. De acordo com Maricelma, a Amil e a Unimed são as seguradores de saúde que a instituição mais atende. Em 2012, ainda segundo Maricelma, foram 15 mil atendimentos na emergência pelos planos, sendo 87% das duas empresas. Questionada pela reportagem, ela não soube informar quantos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foram feitos na emergência em 2012.
Alexandre Araújo Viana Ribeiro, presidente da Unimed de Angra dos Reis, disse que a empresa pagava aproximadamente R$ 30 mil por mês para a manutenção do atendimento dos clientes do plano, mas que hospital alegou que seria necessário pelo menos R$ 120 mil mensais para continuar mantendo o serviço. Ribeiro informou ainda que a Unimed de AR só aumentaria o valor repassado se a Santa Casa atendesse na emergência, além dos pacientes do SUS, apenas clientes do plano, o que não interessou a unidade médica.
Procurada pela reportagem, a Amil Assistência Médica Internacional não se pronunciou sobre o caso até a publicação desta reportagem, às 11h53.
Atualização: Às 18h26 de terça-feira (30), a assessoria de imprensa informou que a Amil está negociando a manutenção dos atendimentos dos clientes na Santa Casa, mas não divulgou qualquer detalhe da negociação.
Fonte: G1